As Cortes de 1273 de Santarém, de D. Afonso III

Nesta vila de Santarém, pela primeira vez, de que temos memória, manda reunir cortes, El-Rei D. Afonso, o terceiro, deste nome, pela graça de Deus, senhor de Portugal e dos Algarves, aos idos do mês de dezembro da era 1312, que na era de nosso Senhor Jesus Cristo, são 1273 anos.

Fazem muitos e boons anos que a guerra acabou.. Dom Afonso, o terceiro deste nome, depois de ter vencido seu destemperado irmão, reconquistou o Algarve e fez as pazes com Castela, para bem das gentes destes reinos de Portugal.

Sopram, daquém e dalém, ventos de discórdia. Grandes e pequenos, nobres e prelados, não estão contentes com as justiças de-El Rei, com todos os foros, quitas e preitos que impôs, mandando e desmandando como se outro poder não houve na terra, como se fosse Deus a voz nestes reinos. De Roma, vieram ordens do Santo Padre. Manda Gregório X ao rei Afonso que reponha todos os bens e direitos quitados sem razão e em tudo respeite os poderes da Igreja.

Manda o nosso bom Rei Afonso, o terceiro desse nome, com a Rainha D. Beatriz, e os infantes D. Dinis, D. Afonso, D. Constança e D. Sancha chamar nobres, prelados, mestres das ordens, concelhos e homens da casa del-Rei, para fazer Cortes na vila de Santarém, a fim de responder a voz do Papa, e da justiça se encontrar, a bem do reino, para a maior glória de Deus.

As Cortes e Lendas – Santarém Medieval estão de volta ao evento físico, após o “interregno” ditado pela “grande peste do nosso tempo”. Esperam momentos de convívio, de partilha e de celebração. Contamos com todos(as)!

Marcamos encontro em Santarém!

As Cortes de 1273 de Santarém, de D. Afonso III

Em 1273, Dom Afonso III convocou Cortes para a vila de Santarém. O objetivo deste assembleia foi o de resolver o conflito com a Igreja que reclamava abusos por parte do monarca e dos oficiais régios. O Papa, Gregório X, enviou uma bula ordenando ao Rei a reposição de bens e direitos sonegados à Igreja e a outros súbditos, o qual respondeu com a convocação de Cortes. Não cumprir as ordens papais poderia acarretar a excomunhão e o interdito do reino.

Nesta altura, viviam-se duas décadas de paz. D. Afonso III tinha vencido a guerra civil que o opôs a D. Sancho II, que veio a morrer sem herdeiros em 1247. Em 1249, reconquistou os últimos territórios muçulmanos do Algarve e, em 1253, fez as pazes com o rei de Castela, que reclamava posse dessa região, casando com a sua filha D. Beatriz. No seu reinado lançou as bases do estado e seguindo uma política de centralização do poder régio.

As cortes que pretendemos representar inserem-se neste contexto exemplificando as relações de poder na Idade Média, bem como os conflitos recorrentes entre a Igreja e o poder real.   

As Cortes e Lendas – Santarém Medieval estão de volta ao evento físico, após o “interregno” ditado pela “grande peste do nosso tempo”. Esperamos momentos de convívio, de partilha, de descoberta e de celebração.

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